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Pró-labore e distribuição de lucros: qual é o melhor caminho para médicos que atuam como PJ?

Pró-labore e distribuição de lucros: qual é o melhor caminho para médicos que atuam como PJ?

Você finalmente abriu seu CNPJ, estruturou seu consultório e começou a atender como PJ. O dinheiro está entrando na conta da empresa, mas aí surge aquela dúvida crucial que pode custar dezenas de milhares de reais por ano se respondida errado: "Como devo retirar esse dinheiro? Pró-labore? Distribuição de lucros? Os dois? Qual a diferença? Como otimizar para pagar menos impostos?"

A verdade que poucos contadores genéricos explicam claramente: a forma como você equilibra pró-labore e distribuição de lucros pode representar diferença brutal de R$ 30 mil a R$ 80 mil por ano em impostos e contribuições. Não estamos falando de "detalhes técnicos" — estamos falando de dinheiro real que fica no seu bolso ou vai para o governo desnecessariamente.

Muitos médicos PJ cometem erros graves por falta de orientação especializada: retiram todo dinheiro como pró-labore e pagam INSS altíssimo sem necessidade, não distribuem lucros e desperdiçam a isenção de IR, ou pior, fazem distribuição irregular que pode gerar autuação fiscal pesada e classificação como sonegação.

Neste guia completo e estratégico, você vai entender exatamente o que é pró-labore, como funciona distribuição de lucros, qual a diferença tributária entre os dois, como calcular o valor ideal de cada um, estratégias práticas para maximizar sua retirada líquida e por que contar com contabilidade para médicos especializada é fundamental para otimizar legalmente suas retiradas.

Vamos aos números e estratégias reais?


O que é pró-labore e como funciona para médicos PJ?

Pró-labore é a remuneração mensal obrigatória que você, como sócio-administrador da empresa, deve se pagar pelo trabalho de gestão e administração do negócio.

Características fundamentais:


1. É obrigatório por lei

  • Toda empresa com sócios que trabalham nela PRECISA ter pró-labore

  • Não é opcional nem "recomendável" — é obrigação legal

  • Valor mínimo: tecnicamente não há, mas deve ser razoável (não pode ser R$ 1,00)


2. Incide INSS (11% a 20%)

  • Sócio-administrador: 11% sobre o valor do pró-labore

  • Limite mínimo: um salário mínimo (R$ 1.412 em 2025)

  • Limite máximo: teto do INSS (R$ 7.786,02 em 2025)


3. Incide Imposto de Renda na fonte (tabela progressiva)

  • Até R$ 2.259,20: isento

  • R$ 2.259,21 a R$ 2.826,65: 7,5%

  • R$ 2.826,66 a R$ 3.751,05: 15%

  • R$ 3.751,06 a R$ 4.664,68: 22,5%

  • Acima de R$ 4.664,68: 27,5%


4. Gera direitos previdenciários

  • Aposentadoria por idade

  • Aposentadoria por invalidez

  • Auxílio-doença

  • Pensão por morte (para dependentes)

  • Salário-maternidade

Exemplo prático:

Médico estabelece pró-labore de R$ 5.000/mês:

INSS (11%): R$ 550IR na fonte (22,5% - R$ 636,13): R$ 488,37Total de impostos: R$ 1.038,37Líquido recebido: R$ 3.961,63


O que é distribuição de lucros e como funciona?

Distribuição de lucros é a divisão do lucro líquido da empresa entre os sócios, proporcional à participação de cada um.

Características fundamentais:


1. É ISENTA de Imposto de Renda

  • Zero IR sobre o valor distribuído

  • Zero INSS

  • Zero qualquer outro tributo

  • 100% líquido no seu bolso


2. Só pode ser feita sobre LUCRO REAL

  • Não é qualquer dinheiro que sobra na empresa

  • Precisa ser lucro contabilmente apurado

  • Deve respeitar limites e regras contábeis


3. Precisa estar prevista no Contrato Social

  • Periodicidade (mensal, trimestral, anual)

  • Forma de distribuição

  • Percentual de cada sócio


4. Exige escrituração contábil correta

  • Contador precisa apurar lucro líquido

  • Documentação adequada

  • Registro em livros contábeis


5. NÃO gera direitos previdenciários

  • Não conta para aposentadoria

  • Não dá direito a auxílio-doença

  • Por isso não substitui totalmente o pró-labore

Exemplo prático:

Empresa teve lucro líquido apurado de R$ 200 mil no ano.

Distribuição: R$ 200.000 IR: R$ 0 INSS: R$ 0 Líquido no bolso: R$ 200.000


Qual a diferença tributária brutal entre os dois?

Vamos comparar com números reais e chocantes:

Cenário: Médico PJ quer retirar R$ 10 mil/mês (R$ 120 mil/ano)


OPÇÃO 1: Tudo como pró-labore

Pró-labore mensal: R$ 10.000

Tributação mensal:

  • INSS (11% até teto): R$ 856,46 (teto atingido)

  • IR (27,5% - R$ 869,36): R$ 1.880,64

Total impostos mês: R$ 2.737,10 Líquido mensal: R$ 7.262,90

Total ano:

  • Impostos: R$ 32.845,20

  • Líquido no bolso: R$ 87.154,80


OPÇÃO 2: Pró-labore mínimo + distribuição de lucros

Pró-labore: R$ 3.000/mês (R$ 36.000/ano)

Tributação pró-labore:

  • INSS: R$ 330/mês

  • IR: R$ 111,38/mês

  • Total impostos pró-labore/ano: R$ 5.296,56

Distribuição de lucros: R$ 84.000/ano

  • Tributação: R$ 0

  • Líquido: R$ 84.000

Total líquido no bolso:

  • Pró-labore: R$ 30.703,44

  • Lucros: R$ 84.000

  • TOTAL: R$ 114.703,44

DIFERENÇA BRUTAL: R$ 27.548,64 A MAIS NO BOLSO POR ANO

Simplesmente por equilibrar corretamente pró-labore e distribuição de lucros!


Como calcular o pró-labore ideal para médicos PJ?

A grande pergunta: qual valor de pró-labore estabelecer?

Fatores que influenciam:


1. Regime tributário da empresa

Simples Nacional — Fator R:

Lembra do Fator R que determina se você fica no Anexo III (6% inicial) ou Anexo V (15,5% inicial)?

Fator R = (Folha de pagamento últimos 12 meses) / (Receita bruta últimos 12 meses)

  • Fator R ≥ 28%: Anexo III (BOM)

  • Fator R < 28%: Anexo V (RUIM)

Pró-labore entra no cálculo da folha!

Exemplo estratégico:

Médico fatura R$ 30 mil/mês (R$ 360 mil/ano).

Para manter Fator R ≥ 28%:

  • Folha mínima necessária: R$ 360.000 x 28% = R$ 100.800/ano

  • Pró-labore mínimo recomendado: R$ 8.400/mês

Se colocar pró-labore de R$ 3 mil/mês (R$ 36 mil/ano):

  • Fator R: 10%

  • Cai no Anexo V (péssimo)

No Lucro Presumido:

Não há Fator R. Pró-labore não afeta impostos da empresa.

Estratégia diferente: pró-labore mínimo razoável (R$ 2 mil a R$ 4 mil) e maximizar distribuição de lucros isenta.


2. Necessidade de direitos previdenciários

Pró-labore garante INSS e direitos previdenciários.

Se você quer/precisa:

  • Tempo de contribuição para aposentadoria

  • Cobertura em caso de doença/invalidez

  • Salário-maternidade futuro

Estabeleça pró-labore adequado (mínimo R$ 1.412 para contar tempo).

Se você já tem:

  • Outra fonte de renda com INSS (emprego CLT)

  • Previdência privada robusta

  • Não depende do INSS

Pode otimizar pró-labore para valor mínimo necessário.


3. Padrão de vida e fluxo de caixa pessoal

Pró-labore é renda fixa mensal previsível.

Distribuição de lucros pode ser irregular (mensal, trimestral, anual).

Se você precisa de renda mensal estável para despesas pessoais, estabeleça pró-labore que cubra seu custo de vida básico.


4. Limites do teto do INSS

INSS é calculado até o teto (R$ 7.786,02 em 2025).

Acima disso, não paga mais INSS nem gera benefício adicional.

Estratégia: Pró-labore até o teto + resto como distribuição de lucros.


Estratégias práticas para maximizar sua retirada líquida


Estratégia 1: Simples Nacional — Pró-labore para manter Fator R

Situação: Médico no Simples, fatura R$ 25 mil/mês

Cálculo:

  • Receita anual: R$ 300.000

  • Folha mínima (28%): R$ 84.000/ano

  • Pró-labore ideal: R$ 7.000/mês

Resultado:

  • Mantém Anexo III (alíquota baixa)

  • Economiza milhares em impostos da empresa

  • Resto pode ser distribuído como lucro isento


Estratégia 2: Lucro Presumido — Pró-labore mínimo + lucros

Situação: Médico no Lucro Presumido, fatura R$ 50 mil/mês

Estratégia ideal:

  • Pró-labore: R$ 3.000/mês (garante INSS e direitos)

  • Distribuição mensal de lucros: R$ 20.000 a R$ 30.000 (isento)

Tributação:

  • Pró-labore: ~R$ 5.300/ano em impostos

  • Lucros: R$ 0 de impostos

  • Economia gigantesca vs. tudo como pró-labore


Estratégia 3: Múltiplas fontes de renda

Situação: Médico tem CLT (hospital) + consultório PJ

No CLT:

  • Já paga INSS pelo emprego

  • Já tem direitos previdenciários

No PJ:

  • Pró-labore mínimo: R$ 1.500 a R$ 2.500

  • Maximizar distribuição de lucros isenta

  • Não precisa pró-labore alto para INSS (já tem pelo CLT)


Estratégia 4: Planejamento de aposentadoria

Situação: Médico próximo da aposentadoria quer maximizar tempo de contribuição

Estratégia:

  • Pró-labore no teto do INSS: R$ 7.786,02

  • Contribui com valor máximo

  • Melhora cálculo da aposentadoria

  • Resto como distribuição de lucros


Erros mortais que médicos PJ cometem (e como evitar)


Erro 1: Retirar tudo como pró-labore

Consequência: Paga INSS e IR desnecessários sobre todo valor.

Perda: R$ 20 mil a R$ 50 mil/ano em impostos evitáveis.

Solução: Equilibrar pró-labore mínimo necessário + distribuição de lucros.


Erro 2: Não ter pró-labore nenhum

Consequência:

  • Empresa irregular perante Receita Federal

  • Risco de autuação fiscal

  • Zero direitos previdenciários

  • Toda retirada pode ser questionada

Solução: Sempre ter pró-labore, mesmo que mínimo.


Erro 3: Distribuir "lucros" sem apuração contábil

Consequência:

  • Distribuição irregular = sonegação fiscal

  • Pode ser reclassificada como pró-labore (com impostos retroativos + multa)

  • Autuação pesada da Receita

Solução: Ter contabilidade para médicos especializada que apura lucro corretamente.


Erro 4: Ignorar Fator R no Simples Nacional

Consequência:

  • Cai no Anexo V (alíquota altíssima)

  • Desperdiça R$ 15 mil a R$ 40 mil/ano

Solução: Calcular pró-labore estrategicamente para manter Fator R ≥ 28%.


Erro 5: Não documentar distribuição de lucros

Consequência:

  • Em fiscalização, Receita não aceita como lucro isento

  • Reclassifica como rendimento tributável

  • Cobrança retroativa de IR + multa + juros

Solução: Toda distribuição precisa ter:

  • Ata de reunião de sócios

  • Lançamento contábil correto

  • Apuração de lucro documentada

  • Transferência formal (não pode ser "saque em espécie")


Como fazer distribuição de lucros corretamente (passo a passo)


Passo 1: Apuração contábil do lucro

Contador calcula mensalmente:

  • Receitas totais

  • (-) Impostos pagos

  • (-) Despesas operacionais dedutíveis

  • (-) Pró-labore

  • = Lucro líquido distribuível


Passo 2: Verificação de limites legais

Nem todo lucro pode ser distribuído imediatamente:

  • Reserva legal obrigatória (5% do lucro até atingir 20% do capital social)

  • Outras reservas previstas em contrato


Passo 3: Deliberação dos sócios

Formalmente, sócios decidem sobre distribuição através de:

  • Reunião de sócios (registrada em ata)

  • Definição de valor e data de pagamento


Passo 4: Registro contábil

Contador registra distribuição nos livros contábeis.


Passo 5: Transferência

Transferência formal da conta PJ para conta pessoal dos sócios.


Passo 6: Declaração no IR Pessoa Física

No ano seguinte, você declara no IR:

  • Valor recebido como lucro isento

  • Linha específica: "Rendimentos isentos e não tributáveis"

  • Fonte pagadora: seu CNPJ

IMPORTANTE: Escritório contábil especialista em médicos faz todo esse processo automaticamente, garantindo segurança jurídica total.


Casos práticos reais com números

Caso 1: Médico dermatologista, fatura R$ 40 mil/mês, Simples Nacional

Estratégia otimizada:

  • Pró-labore: R$ 9.500/mês (mantém Fator R em 28,5%)

  • Distribuição mensal de lucros: R$ 12.000

Tributação anual:

  • Impostos empresa (Simples): R$ 57.600

  • INSS pró-labore: R$ 10.276

  • IR pró-labore: R$ 19.342

  • Impostos lucros: R$ 0

Total líquido no bolco: R$ 258.000 (após todos impostos)

Se fizesse tudo como pró-labore:

  • Líquido seria: R$ 225.000

Ganho: R$ 33.000/ano com estratégia correta!

Caso 2: Médico cirurgião, fatura R$ 80 mil/mês, Lucro Presumido

Estratégia otimizada:

  • Pró-labore: R$ 5.000/mês

  • Distribuição trimestral: R$ 210.000/trimestre

Tributação anual:

  • Impostos empresa: R$ 127.968

  • INSS pró-labore: R$ 6.600

  • IR pró-labore: R$ 10.642

  • Impostos lucros: R$ 0

Total líquido: R$ 814.790

Se tudo fosse pró-labore:

  • Líquido seria: R$ 680.000

Ganho absurdo: R$ 134.790/ano!


Por que você precisa de contador especializado para isso

Equilibrar pró-labore e distribuição de lucros parece simples, mas envolve:

Complexidades técnicas:

  • Cálculo preciso de Fator R (Simples)

  • Apuração contábil correta de lucro

  • Documentação legal adequada

  • Registro contábil conforme normas

  • Declarações fiscais corretas

Riscos de fazer errado:

  • Reclassificação de lucros como pró-labore

  • Cobrança retroativa de impostos

  • Multas pesadas (até 150% do valor)

  • Juros sobre valores não recolhidos

  • Possível enquadramento como sonegação

Economia que contador gera:

  • Planejamento ideal: R$ 20 mil a R$ 80 mil/ano economizados

  • Evita multas e autuações

  • Maximiza retirada líquida legal

  • Segurança jurídica total

Custo do contador: R$ 700 a R$ 1.200/mês

ROI (Retorno): Entre 200% e 600% ao ano!


Perguntas Frequentes


Posso fazer distribuição de lucros mensalmente?

Sim, desde que previsto no Contrato Social e com apuração contábil mensal correta. Muitos médicos fazem assim para ter renda mais regular.


Tem valor mínimo ou máximo para pró-labore?

Mínimo legal: não há, mas precisa ser razoável e compatível com função exercida. Máximo: não há limite legal.


Posso mudar valor do pró-labore mensalmente?

Sim, mas não é recomendado variar muito todo mês. O ideal é definir valor e manter por trimestre ou semestre, ajustando conforme necessário.


E se minha empresa der prejuízo, posso distribuir lucro?

Não. Só pode distribuir lucro se houver lucro contabilmente apurado. Se empresa teve prejuízo, não há o que distribuir isento.


Preciso ter pró-labore mesmo se tenho emprego CLT?

Se você é sócio-administrador da empresa PJ e trabalha nela, sim. Mas pode ser valor menor já que já tem INSS pelo CLT.


Conclusão: Estratégia certa = Milhares no bolso todo ano

Equilibrar corretamente pró-labore e distribuição de lucros pode colocar de R$ 20 mil a R$ 80 mil A MAIS no seu bolso todo ano — dinheiro que seria desperdiçado em impostos e contribuições desnecessárias.

Mas fazer isso requer conhecimento técnico, planejamento estratégico e apuração contábil rigorosa. Não é algo para tentar fazer sozinho ou com contador genérico.

Quer maximizar legalmente suas retiradas e pagar apenas o necessário?

Fale com a Elegance Contábil — escritório contábil especialista em médicos. Planejamento estratégico de pró-labore e distribuição de lucros, apuração contábil correta, documentação legal impecável e economia garantida de milhares por ano.


 
 
 

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