Pró-labore e distribuição de lucros: qual é o melhor caminho para médicos que atuam como PJ?
- agenciaaligator
- 28 de nov.
- 8 min de leitura

Você finalmente abriu seu CNPJ, estruturou seu consultório e começou a atender como PJ. O dinheiro está entrando na conta da empresa, mas aí surge aquela dúvida crucial que pode custar dezenas de milhares de reais por ano se respondida errado: "Como devo retirar esse dinheiro? Pró-labore? Distribuição de lucros? Os dois? Qual a diferença? Como otimizar para pagar menos impostos?"
A verdade que poucos contadores genéricos explicam claramente: a forma como você equilibra pró-labore e distribuição de lucros pode representar diferença brutal de R$ 30 mil a R$ 80 mil por ano em impostos e contribuições. Não estamos falando de "detalhes técnicos" — estamos falando de dinheiro real que fica no seu bolso ou vai para o governo desnecessariamente.
Muitos médicos PJ cometem erros graves por falta de orientação especializada: retiram todo dinheiro como pró-labore e pagam INSS altíssimo sem necessidade, não distribuem lucros e desperdiçam a isenção de IR, ou pior, fazem distribuição irregular que pode gerar autuação fiscal pesada e classificação como sonegação.
Neste guia completo e estratégico, você vai entender exatamente o que é pró-labore, como funciona distribuição de lucros, qual a diferença tributária entre os dois, como calcular o valor ideal de cada um, estratégias práticas para maximizar sua retirada líquida e por que contar com contabilidade para médicos especializada é fundamental para otimizar legalmente suas retiradas.
Vamos aos números e estratégias reais?
O que é pró-labore e como funciona para médicos PJ?
Pró-labore é a remuneração mensal obrigatória que você, como sócio-administrador da empresa, deve se pagar pelo trabalho de gestão e administração do negócio.
Características fundamentais:
1. É obrigatório por lei
Toda empresa com sócios que trabalham nela PRECISA ter pró-labore
Não é opcional nem "recomendável" — é obrigação legal
Valor mínimo: tecnicamente não há, mas deve ser razoável (não pode ser R$ 1,00)
2. Incide INSS (11% a 20%)
Sócio-administrador: 11% sobre o valor do pró-labore
Limite mínimo: um salário mínimo (R$ 1.412 em 2025)
Limite máximo: teto do INSS (R$ 7.786,02 em 2025)
3. Incide Imposto de Renda na fonte (tabela progressiva)
Até R$ 2.259,20: isento
R$ 2.259,21 a R$ 2.826,65: 7,5%
R$ 2.826,66 a R$ 3.751,05: 15%
R$ 3.751,06 a R$ 4.664,68: 22,5%
Acima de R$ 4.664,68: 27,5%
4. Gera direitos previdenciários
Aposentadoria por idade
Aposentadoria por invalidez
Auxílio-doença
Pensão por morte (para dependentes)
Salário-maternidade
Exemplo prático:
Médico estabelece pró-labore de R$ 5.000/mês:
INSS (11%): R$ 550IR na fonte (22,5% - R$ 636,13): R$ 488,37Total de impostos: R$ 1.038,37Líquido recebido: R$ 3.961,63
O que é distribuição de lucros e como funciona?
Distribuição de lucros é a divisão do lucro líquido da empresa entre os sócios, proporcional à participação de cada um.
Características fundamentais:
1. É ISENTA de Imposto de Renda
Zero IR sobre o valor distribuído
Zero INSS
Zero qualquer outro tributo
100% líquido no seu bolso
2. Só pode ser feita sobre LUCRO REAL
Não é qualquer dinheiro que sobra na empresa
Precisa ser lucro contabilmente apurado
Deve respeitar limites e regras contábeis
3. Precisa estar prevista no Contrato Social
Periodicidade (mensal, trimestral, anual)
Forma de distribuição
Percentual de cada sócio
4. Exige escrituração contábil correta
Contador precisa apurar lucro líquido
Documentação adequada
Registro em livros contábeis
5. NÃO gera direitos previdenciários
Não conta para aposentadoria
Não dá direito a auxílio-doença
Por isso não substitui totalmente o pró-labore
Exemplo prático:
Empresa teve lucro líquido apurado de R$ 200 mil no ano.
Distribuição: R$ 200.000 IR: R$ 0 INSS: R$ 0 Líquido no bolso: R$ 200.000
Qual a diferença tributária brutal entre os dois?
Vamos comparar com números reais e chocantes:
Cenário: Médico PJ quer retirar R$ 10 mil/mês (R$ 120 mil/ano)
OPÇÃO 1: Tudo como pró-labore
Pró-labore mensal: R$ 10.000
Tributação mensal:
INSS (11% até teto): R$ 856,46 (teto atingido)
IR (27,5% - R$ 869,36): R$ 1.880,64
Total impostos mês: R$ 2.737,10 Líquido mensal: R$ 7.262,90
Total ano:
Impostos: R$ 32.845,20
Líquido no bolso: R$ 87.154,80
OPÇÃO 2: Pró-labore mínimo + distribuição de lucros
Pró-labore: R$ 3.000/mês (R$ 36.000/ano)
Tributação pró-labore:
INSS: R$ 330/mês
IR: R$ 111,38/mês
Total impostos pró-labore/ano: R$ 5.296,56
Distribuição de lucros: R$ 84.000/ano
Tributação: R$ 0
Líquido: R$ 84.000
Total líquido no bolso:
Pró-labore: R$ 30.703,44
Lucros: R$ 84.000
TOTAL: R$ 114.703,44
DIFERENÇA BRUTAL: R$ 27.548,64 A MAIS NO BOLSO POR ANO
Simplesmente por equilibrar corretamente pró-labore e distribuição de lucros!
Como calcular o pró-labore ideal para médicos PJ?
A grande pergunta: qual valor de pró-labore estabelecer?
Fatores que influenciam:
1. Regime tributário da empresa
Simples Nacional — Fator R:
Lembra do Fator R que determina se você fica no Anexo III (6% inicial) ou Anexo V (15,5% inicial)?
Fator R = (Folha de pagamento últimos 12 meses) / (Receita bruta últimos 12 meses)
Fator R ≥ 28%: Anexo III (BOM)
Fator R < 28%: Anexo V (RUIM)
Pró-labore entra no cálculo da folha!
Exemplo estratégico:
Médico fatura R$ 30 mil/mês (R$ 360 mil/ano).
Para manter Fator R ≥ 28%:
Folha mínima necessária: R$ 360.000 x 28% = R$ 100.800/ano
Pró-labore mínimo recomendado: R$ 8.400/mês
Se colocar pró-labore de R$ 3 mil/mês (R$ 36 mil/ano):
Fator R: 10%
Cai no Anexo V (péssimo)
No Lucro Presumido:
Não há Fator R. Pró-labore não afeta impostos da empresa.
Estratégia diferente: pró-labore mínimo razoável (R$ 2 mil a R$ 4 mil) e maximizar distribuição de lucros isenta.
2. Necessidade de direitos previdenciários
Pró-labore garante INSS e direitos previdenciários.
Se você quer/precisa:
Tempo de contribuição para aposentadoria
Cobertura em caso de doença/invalidez
Salário-maternidade futuro
Estabeleça pró-labore adequado (mínimo R$ 1.412 para contar tempo).
Se você já tem:
Outra fonte de renda com INSS (emprego CLT)
Previdência privada robusta
Não depende do INSS
Pode otimizar pró-labore para valor mínimo necessário.
3. Padrão de vida e fluxo de caixa pessoal
Pró-labore é renda fixa mensal previsível.
Distribuição de lucros pode ser irregular (mensal, trimestral, anual).
Se você precisa de renda mensal estável para despesas pessoais, estabeleça pró-labore que cubra seu custo de vida básico.
4. Limites do teto do INSS
INSS é calculado até o teto (R$ 7.786,02 em 2025).
Acima disso, não paga mais INSS nem gera benefício adicional.
Estratégia: Pró-labore até o teto + resto como distribuição de lucros.
Estratégias práticas para maximizar sua retirada líquida
Estratégia 1: Simples Nacional — Pró-labore para manter Fator R
Situação: Médico no Simples, fatura R$ 25 mil/mês
Cálculo:
Receita anual: R$ 300.000
Folha mínima (28%): R$ 84.000/ano
Pró-labore ideal: R$ 7.000/mês
Resultado:
Mantém Anexo III (alíquota baixa)
Economiza milhares em impostos da empresa
Resto pode ser distribuído como lucro isento
Estratégia 2: Lucro Presumido — Pró-labore mínimo + lucros
Situação: Médico no Lucro Presumido, fatura R$ 50 mil/mês
Estratégia ideal:
Pró-labore: R$ 3.000/mês (garante INSS e direitos)
Distribuição mensal de lucros: R$ 20.000 a R$ 30.000 (isento)
Tributação:
Pró-labore: ~R$ 5.300/ano em impostos
Lucros: R$ 0 de impostos
Economia gigantesca vs. tudo como pró-labore
Estratégia 3: Múltiplas fontes de renda
Situação: Médico tem CLT (hospital) + consultório PJ
No CLT:
Já paga INSS pelo emprego
Já tem direitos previdenciários
No PJ:
Pró-labore mínimo: R$ 1.500 a R$ 2.500
Maximizar distribuição de lucros isenta
Não precisa pró-labore alto para INSS (já tem pelo CLT)
Estratégia 4: Planejamento de aposentadoria
Situação: Médico próximo da aposentadoria quer maximizar tempo de contribuição
Estratégia:
Pró-labore no teto do INSS: R$ 7.786,02
Contribui com valor máximo
Melhora cálculo da aposentadoria
Resto como distribuição de lucros
Erros mortais que médicos PJ cometem (e como evitar)
Erro 1: Retirar tudo como pró-labore
Consequência: Paga INSS e IR desnecessários sobre todo valor.
Perda: R$ 20 mil a R$ 50 mil/ano em impostos evitáveis.
Solução: Equilibrar pró-labore mínimo necessário + distribuição de lucros.
Erro 2: Não ter pró-labore nenhum
Consequência:
Empresa irregular perante Receita Federal
Risco de autuação fiscal
Zero direitos previdenciários
Toda retirada pode ser questionada
Solução: Sempre ter pró-labore, mesmo que mínimo.
Erro 3: Distribuir "lucros" sem apuração contábil
Consequência:
Distribuição irregular = sonegação fiscal
Pode ser reclassificada como pró-labore (com impostos retroativos + multa)
Autuação pesada da Receita
Solução: Ter contabilidade para médicos especializada que apura lucro corretamente.
Erro 4: Ignorar Fator R no Simples Nacional
Consequência:
Cai no Anexo V (alíquota altíssima)
Desperdiça R$ 15 mil a R$ 40 mil/ano
Solução: Calcular pró-labore estrategicamente para manter Fator R ≥ 28%.
Erro 5: Não documentar distribuição de lucros
Consequência:
Em fiscalização, Receita não aceita como lucro isento
Reclassifica como rendimento tributável
Cobrança retroativa de IR + multa + juros
Solução: Toda distribuição precisa ter:
Ata de reunião de sócios
Lançamento contábil correto
Apuração de lucro documentada
Transferência formal (não pode ser "saque em espécie")
Como fazer distribuição de lucros corretamente (passo a passo)
Passo 1: Apuração contábil do lucro
Contador calcula mensalmente:
Receitas totais
(-) Impostos pagos
(-) Despesas operacionais dedutíveis
(-) Pró-labore
= Lucro líquido distribuível
Passo 2: Verificação de limites legais
Nem todo lucro pode ser distribuído imediatamente:
Reserva legal obrigatória (5% do lucro até atingir 20% do capital social)
Outras reservas previstas em contrato
Passo 3: Deliberação dos sócios
Formalmente, sócios decidem sobre distribuição através de:
Reunião de sócios (registrada em ata)
Definição de valor e data de pagamento
Passo 4: Registro contábil
Contador registra distribuição nos livros contábeis.
Passo 5: Transferência
Transferência formal da conta PJ para conta pessoal dos sócios.
Passo 6: Declaração no IR Pessoa Física
No ano seguinte, você declara no IR:
Valor recebido como lucro isento
Linha específica: "Rendimentos isentos e não tributáveis"
Fonte pagadora: seu CNPJ
IMPORTANTE: Escritório contábil especialista em médicos faz todo esse processo automaticamente, garantindo segurança jurídica total.
Casos práticos reais com números
Caso 1: Médico dermatologista, fatura R$ 40 mil/mês, Simples Nacional
Estratégia otimizada:
Pró-labore: R$ 9.500/mês (mantém Fator R em 28,5%)
Distribuição mensal de lucros: R$ 12.000
Tributação anual:
Impostos empresa (Simples): R$ 57.600
INSS pró-labore: R$ 10.276
IR pró-labore: R$ 19.342
Impostos lucros: R$ 0
Total líquido no bolco: R$ 258.000 (após todos impostos)
Se fizesse tudo como pró-labore:
Líquido seria: R$ 225.000
Ganho: R$ 33.000/ano com estratégia correta!
Caso 2: Médico cirurgião, fatura R$ 80 mil/mês, Lucro Presumido
Estratégia otimizada:
Pró-labore: R$ 5.000/mês
Distribuição trimestral: R$ 210.000/trimestre
Tributação anual:
Impostos empresa: R$ 127.968
IR pró-labore: R$ 10.642
Impostos lucros: R$ 0
Total líquido: R$ 814.790
Se tudo fosse pró-labore:
Líquido seria: R$ 680.000
Ganho absurdo: R$ 134.790/ano!
Por que você precisa de contador especializado para isso
Equilibrar pró-labore e distribuição de lucros parece simples, mas envolve:
Complexidades técnicas:
Cálculo preciso de Fator R (Simples)
Apuração contábil correta de lucro
Documentação legal adequada
Registro contábil conforme normas
Declarações fiscais corretas
Riscos de fazer errado:
Reclassificação de lucros como pró-labore
Cobrança retroativa de impostos
Multas pesadas (até 150% do valor)
Juros sobre valores não recolhidos
Possível enquadramento como sonegação
Economia que contador gera:
Planejamento ideal: R$ 20 mil a R$ 80 mil/ano economizados
Evita multas e autuações
Maximiza retirada líquida legal
Segurança jurídica total
Custo do contador: R$ 700 a R$ 1.200/mês
ROI (Retorno): Entre 200% e 600% ao ano!
Perguntas Frequentes
Posso fazer distribuição de lucros mensalmente?
Sim, desde que previsto no Contrato Social e com apuração contábil mensal correta. Muitos médicos fazem assim para ter renda mais regular.
Tem valor mínimo ou máximo para pró-labore?
Mínimo legal: não há, mas precisa ser razoável e compatível com função exercida. Máximo: não há limite legal.
Posso mudar valor do pró-labore mensalmente?
Sim, mas não é recomendado variar muito todo mês. O ideal é definir valor e manter por trimestre ou semestre, ajustando conforme necessário.
E se minha empresa der prejuízo, posso distribuir lucro?
Não. Só pode distribuir lucro se houver lucro contabilmente apurado. Se empresa teve prejuízo, não há o que distribuir isento.
Preciso ter pró-labore mesmo se tenho emprego CLT?
Se você é sócio-administrador da empresa PJ e trabalha nela, sim. Mas pode ser valor menor já que já tem INSS pelo CLT.
Conclusão: Estratégia certa = Milhares no bolso todo ano
Equilibrar corretamente pró-labore e distribuição de lucros pode colocar de R$ 20 mil a R$ 80 mil A MAIS no seu bolso todo ano — dinheiro que seria desperdiçado em impostos e contribuições desnecessárias.
Mas fazer isso requer conhecimento técnico, planejamento estratégico e apuração contábil rigorosa. Não é algo para tentar fazer sozinho ou com contador genérico.
Quer maximizar legalmente suas retiradas e pagar apenas o necessário?
Fale com a Elegance Contábil — escritório contábil especialista em médicos. Planejamento estratégico de pró-labore e distribuição de lucros, apuração contábil correta, documentação legal impecável e economia garantida de milhares por ano.




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